Estas companhias aéreas globais têm menos espaço para as pernas
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Resumo
Viajar de avião tornou-se um teste de resistência e paciência. Já não basta lidar com atrasos ou escalas longas – agora há que apertar o cinto, literalmente, num espaço cada vez menor. Neste artigo, explicamos como as companhias aéreas têm diminuído o espaço entre assentos e o que isso significa para quem voa na classe económica.
Durante décadas, voar era sinónimo de conforto, até mesmo na classe económica. No entanto, nos últimos anos, os passageiros têm sentido na pele – e nos joelhos – as consequências de uma tendência preocupante: a redução do espaço para as pernas e da largura dos assentos. Esta realidade afeta milhões de viajantes e, para muitos, a experiência de voo tornou-se desconfortável ao ponto de ser quase claustrofóbica.
A questão do espaço entre assentos não se resume apenas ao conforto. Está também ligada a fatores de saúde e segurança. Apesar disso, as companhias aéreas continuam a optar por configurações que privilegiam o número de lugares em detrimento do bem-estar dos passageiros.
1. Como chegámos até aqui?
No ano 2000, a American Airlines decidiu surpreender o setor ao remover duas filas de assentos em vários aviões, oferecendo mais espaço na classe económica. Chamaram-lhe “More Room”. Durante algum tempo, parecia que o conforto dos passageiros voltava a ser prioridade. Mas a euforia durou pouco.
Com o aumento da concorrência e a estagnação das tarifas, as companhias procuraram outras formas de rentabilizar cada voo. A resposta foi simples: mais lugares no mesmo espaço. Isto traduziu-se numa redução gradual da distância entre os assentos – o chamado “pitch” – e, em muitos casos, também da sua largura.
2. A polémica do espaço mínimo
A situação chegou a tal ponto que a associação Flyers Rights recorreu aos tribunais para obrigar a Administração Federal de Aviação dos EUA a rever os limites mínimos de espaço. O tribunal deu razão à queixa e ordenou uma análise mais aprofundada. As razões invocadas incluíam desde o desconforto extremo até questões de saúde pública, como o risco de trombose venosa profunda, especialmente em voos de longa duração.
Segundo dados do site SeatGuru, a inclinação média entre assentos em voos comerciais caiu de 89 cm para 79 cm. Em alguns casos extremos, não ultrapassa os 71 cm.
3. As companhias com menos espaço
Vejamos algumas das companhias aéreas – de curta e longa distância – onde o espaço para as pernas é menor:
Curta distância:
Spirit Airlines: 71 cm de espaço, 45 cm de largura.
Spring Airlines e Thomson Airlines: 71 a 76 cm.
TAP Portugal (A319): 71 cm de pitch, 45 cm de largura.
Iberia (A319/A320): apenas 71 cm de espaço entre assentos.
Longa distância:
Thomas Cook Airlines (Boeing 767-300): entre 74 e 76 cm de pitch.
China Southern, Virgin Atlantic, Nordwind Airlines: com valores médios de 74 cm.
Wow Air e Condor: abaixo dos 76 cm.
Estes números mostram que, mesmo em voos de várias horas, o conforto continua em queda.
4. As consequências para os passageiros
Mais do que um simples incómodo, a falta de espaço interfere com a saúde e o bem-estar durante e após o voo. Dores nas costas, inchaço nas pernas, circulação comprometida e cansaço são apenas alguns dos sintomas relatados.
Há ainda um impacto psicológico. Voar, para muitos, deixou de ser uma experiência entusiasmante e tornou-se numa tarefa a suportar.
Conclusão
A redução do espaço nos aviões não é uma coincidência nem um problema isolado. É o reflexo de um modelo económico que prioriza a maximização de receitas em detrimento do conforto e da segurança. O consumidor, contudo, não está sem poder. Ao escolher companhias que respeitam o espaço vital dos passageiros, envia-se uma mensagem clara ao setor.
É verdade que viajar barato é apelativo. Mas o custo do desconforto, da saúde e da dignidade também pesa. Na próxima reserva, vale a pena olhar para além do preço e verificar os centímetros que o separam do banco da frente. A diferença pode ser entre chegar bem ou chegar amassado.
Foto: Freepik
Colaboração de Buzouro
Publicado há 1 mês | Atualizado há 3 dias
Buzouro promove um estilo de vida equilibrado, sustentável e positivo através de práticas diárias que contribuem para o bem-estar individual e coletivo.
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